Não pensei em um título bom...

Eu queria muito escrever aqui mais vezes. Mesmo.
Hoje resolvi que faria isso enquanto o celular está em outro cômodo carregando.
Mas parece que sempre nos dias em que eu quero, eu não consigo.

Porque no fundo, no fundo, eu sempre escrevi sem precisar pensar muito. O que eu quero dizer sai muito mais fácil quando eu não fico tentando organizar meus pensamentos pra fazer sentido ou quando começo a reparar se estou repetindo as palavras - um hábito de uma matéria que eu tinha na faculdade, que descontava 0,25 pontos por palavra repetida no parágrafo. Aqui eu teria perdido alguns pontos tranquilamente, mas sou eu mesma que vou me dar nota quando terminar.



Nunca fui do tipo que pensa que escrever é a minha salvação - autores que me perdoem - mas sempre me senti melhor me expressando assim do que falando. Já fiz gente chorar numa discussão por mensagem, mas pessoalmente quem sai chorando sou eu, por frustração de não conseguir falar o que quero. 

Também não fui a criança que "encontra refúgio em meio aos livros". Eu gostava de ler porque gostava (e ainda gosto) de boas histórias. Era confortável ler na minha infância, mas eu gostava mesmo era de andar de bicicleta e assistir Sessão da Tarde. Bem longe de ser a Matilda.

Ainda assim, as palavras sempre foram familiares. 
Simples.
Fáceis de lidar.

Sentimentos e pensamentos acelerados conseguiam ser explicados sem muito sofrimento graças a essas coisas fofas. Palavrinhas. 

Então por que, de repente, parece que eu me perdi delas?

Tem dias que é tão, tão, tão difícil encontrar os adjetivos, substantivos e verbos corretos que lembro da Vitória de 6 anos com a cartilha de alfabetização descobrindo que o que estava escrito na tirinha da enfermeira que cuidava de Edu era apenas: "O dedo de Edu dói" e não "O machucado do garoto sangrava muito" (que foi a minha versão inventada, antes de aprender o abecedário - eu inventava as histórias já que não sabia ler). 

Decepção era a palavra que eu ainda não sabia o significado mas sabia o sentimento. Vinte e cinco anos depois e às vezes acho que continuo só com o sentido e não com a explicação...

Talvez, de vez em quando, a gente precise só ler e não escrever.
Só ouvir. 
Só pensar.
E guardar pra si.

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