Querida eu

Você fez 30 anos ano passado e, de repente, começou a se questionar se sua vida é a vida que você quer manter. Você é grata por ela, mas sem esperar, começou a pensar se há outros caminhos.

Você que sempre se expressou tão bem, ficou sem saber o que dizer. Quais os desejos do seu coração? Essa tem sido sua pergunta principal.

Alcançamos tudo o que queríamos? Mas o que queríamos mesmo?
Sua cabeça virou um liquidificador e seu coração bate de um jeito tão devagar que a vida parece em câmera lenta. 


Essa vida, uma sitcom roteirizada por Deus, parece ter entrado em uma temporada sem fortes emoções, mas de uma forma que você tem certeza de que se transformará no gancho pra algo inesperado...

Você, que sempre soube esperar, se pega sem saber o que está esperando. Quando se tem tantas possibilidades em tantos caminhos diferentes, espera algum sinal pra seguir ou espera que tudo passe pra não sobrar opções além de uma só?

Não é fácil ser uma controladora que se vê desejando ser surpreendida. Que se encontra desejando não ter que tomar decisões. Que se pega tentando pegar o ar e mergulhar em novos sonhos, mas sem paciência pra fazer esse nado.

Você, que tem medo de tantas coisas, mas não tem medo do futuro, às vezes se sente velha demais para tentar o novo, enquanto se sente nova demais para lidar com tanta responsabilidade.

Querida eu, sei que você nunca se esquece do que importa. Que pede a Deus todos os dias pra te direcionar. Que O agradece pela paciência e amor. Mas também sei das noites em que você se perde no que falar pra Ele e termina suas preces em suspiros.

Ele sabe também.

Respira, garota.
Respira.

A gente já passou por isso antes. Vai conseguir passar de novo.

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