Com licença, obrigada

Meu próprio blog e me sinto uma estranha aqui.

Eu queria ter voltado a escrever desde o início do ano, mas não foi por falta de organização: foi por falta de vontade mesmo.

Às vezes eu sinto uma falta terrível de atualizar aqui e escrevo e apago tantos textos que daria pra publicá-los como uma pequena coletânea de crônicas.
Mas olho pra cada um deles e não gosto do que eles dizem. Os acho chatos e tediosos e desisto de todos...

Eu sento e quando percebo já se passou 2 horas e não fiz coisa alguma. E às vezes eu faço tantas coisas que não entendo como o dia demora pra passar, mas as semanas voam. 

A impressão que eu tenho é que eu sempre estou fazendo alguma coisa.

No trabalho, em casa, na igreja, sendo o ombro amigo dos amigos, respondendo todo mundo via e-mail, whatsapp, inbox e pessoalmente.

Sempre que alguém me pergunta "e você, como tá?", eu respondo as mesmas coisas: "tô bem"; "tudo igual"; "de boa na lagoa"; "nenhuma novidade". No fundo é só por preguiça de tentar explicar que eu ando pensando em tantas coisas e planejando e me frustrando e me empolgando que nem sei por onde começar. 

A minha parte preferida do dia é ir pra natação, porque eu consigo não pensar em nada do que eu tenho pra fazer além de "respirar, bater perna, respirar, bater perna, levanta o braço, estica, cabeça na água". 

Inclusive, melhor decisão do ano até agora foi começar a natação. 

Eu, que comecei sem saber nada além de boiar de costas, consegui na primeira aula nadar meia piscina. E eu juro que quando eu percebi o que tinha feito, eu quis dar um gritinho de alegria, pois pensei: "meu Deus! eu consigo fazer qualquer coisa na vida!".

Por um lado achei lindo pensar assim.

Por outro pensei: e o que mais eu quero fazer na vida?

E taí o problema: eu quero fazer muito mais e às vezes parece que a vida não cabe em tudo que eu tenho sonhado.

É uma sensação estranha e engraçada.

3 anos atrás eu ansiava pelo momento em que tudo iria melhorar.

3 anos depois - que eu vivi a mudança mais louca e maravilhosa de todas - sinto que ainda tem tanto mais pela frente que é como se Deus tivesse me dado só um vislumbre do que existe, mas que eu preciso cruzar alguma saída pra viver mais e mais e mais e mais. 

E, aqui dentro, eu continuo ansiando por essas coisas que eu não sei o que são ao certo, mas que eu sei que Deus sabe. 

E, de alguma forma, eu sinto o tempo passando e eu faço tanto que mesmo quando percebo que estou ficando cansada e preciso de uma sonequinha, ainda acho pouco.

No fim, acho que Deus me deixou mal acostumada com as surpresas que Ele me deu e criou um "monstrinho" ansioso. rs

Faz sentido?

Acho que não.

Mas acho que nem é pra fazer...